29 de janeiro de 2006

Eleição/Abstenção

Decidi colocar este post em jeito de comentário à opinião do Sérgio, porque acho que é um tema importante e também porque me estendi no comentário.
Colocaste duas questões bastante pertinentes e importantes, a eleição de Cavaco Silva e o abstencionismo eleitoral.
Quanto à eleição de Cavaco, penso que não trará nada de novo para Portugal e os portugueses, apenas reavivará alguns aspectos aos quais “estivemos” habituados há décadas atrás, a um cautelismo irreal, à falta de diálogo/debate, a um estagnar da mentalidade de todos os portugueses, e a viver um presente sem horizontes. Penso que esta eleição é o reflexo do que somos enquanto portugueses, cada povo tem um líder à sua imagem, e nós temos Cavaco.
Quanto ao segundo ponto, o abstencionismo é um problema bastante importante, não só para Portugal mas também para todos os países democráticos.
A democracia baseia-se no voto, na livre expressão das pessoas como seres livre. É no acto eleitoral que temos a oportunidade de nos exprimirmos livremente e decidirmos o que queremos. E é aqui que encontramos o primeiro problema no sistema democrático, quando na verdadeira oportunidade que temos para dizer o que pensamos, grande parte das pessoas ficam em casa despreocupadas ou desacreditadas com o que se passa. O que não significa que não estejam a dizer o que pensam, bem pelo contrário. A título de exemplo, nos Estados Unidos considerado por muitos, mas cada vez menos, como o modelo de Democracia, 50% da população não vota nas presidências. Isto demonstra uma completa desacreditação no modelo democrático. Quando depois existe um elevado conflito social com enumeras manifestações e protesto contra o Presidente e políticos. Também em Portugal isso acontece(eu), quando Durão Barroso, que logo após ser eleito gerou inúmeras manifestações greves gerais e descontentamento por grande parte do povo, mesmo por parte das pessoas que o apoiaram.
O sistema político actual encontra actualmente diversas falhas, o próprio acto de voto pode ser considerado uma falha. É um sistema matemático que dá razão às maiorias, nem sempre correctas, como acontece e aconteceu no passado.
“A inteligência das massas è restrita” Adolf Hitler, Mein Kampf.

Cada vez mais grande parte da população não acredita no voto, contudo os abstencionistas fazem parte das contas, e ao faltarem ao voto estão também de certa forma a exprimir o seu desagrado para com o sistema político/eleitoral.
O Sistema não é perfeito, tal como a perfeição é algo que pretendemos alcançar mas que nunca o conseguiremos. Com o desgaste do sistema democrático seremos obrigados a encontrar melhores soluções. E é neste ponto que se jogará o futuro, pois a democracia ao contrário do que se julga não é o sistema ideal, mas este facto faz com que fiquemos aprisionados no modelo democrático, como que alienados sem que surjam ideais novos

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