19 de março de 2006

França

“Grupos de jovens envolveram-se em confrontos com a polícia anti-motim em Paris, após a dispersão da manifestação contra o Contrato Primeiro Emprego (CPE). Quatro polícias ficaram feridos, segundo a câmara municipal. Doze manifestantes ficaram feridos ou indispostos, devido ao gás lacrimogéneo.”

Isto sim, é a reacção ao capitalismo que tenta arrancar as politicas sociais outrora conquistadas. Se não dissessem onde era, era fácil de prever o local comprovando que um país culto é mais difícil enganar e ser-se autoritário. A minha única critica é da violência pratica pela policia e pelos manifestantes usando violência que gera violência.

2 comentários:

Francisco S. disse...
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Francisco S. disse...

Isto não é reacção utópica ao capitalismo porque como dizes os franceses são um povo com elevada cultura. Cultura essa que já esta implantada em grande parte da sua juventude, ao contrário do nosso país. Assim sendo, penso que eles estão a protestar contra as políticas educacionais que estão a ser reformuladas em França, e que até ver, prejudicarão os jovens franceses. Visto isto, este protesto é um misto de consciência e revolta. Consciência porque os jovens franceses estão informados e têm uma palavra a dizer no que respeita ao seu futuro emprego.Revolta porque sendo jovens e rebeldes caem na inevitável teia da violência. Mas ao menos têm consciencia. Não falam por falar, não protestam por protestar, não andam à pancada por prazer. Agem e marcam a sua posição, o seu descontentamento.
Já nós é o velho lema: falamos, falamos... e não intervimos de modo nenhum, nem por manifestação, nem por mensagens grátis(quer dizer se forem grátis os portugueses até alinham).
A questão aqui é só uma: os jovens franceses actualmente têm autoridade moral mais que suficiente para protestarem, porque sabem o que se passa na sua realidade e lutam por ela conscientemente e por vezes exageradamente(no caso da violência). No nosso caso é bem diferente. Em certas coisas (e a educação é uma delas) deviamos protestar bem mais que os jovens franceses, mas como não temos (a maioria claro) autoridade moral e cultural para actuar "não podemos" fazer nada. "Se tenho 20 anos e sou estudante, vou-me preocupar com a educação porquê?" Pensamento típico de um portugues universitário. Porque a educação cultural bateu tão fundo no nosso país que qualquer dia os licenciados não sabem falar nem escrever. Mas o que é facto é que o são.
O que quero dizer com isto tudo é que nós estamos uns bons anitos atrasados em relação aos franceses. Neste caso específico da cultura jovial, os contrastes são mesmo berrantes. Já o disse e volto a afirmar: precisamos de uma revolução cultural.Nem que para isso organizemos manifestações iligítimas a favor da reforma educional, da regionalizacão, da legalização das opções sociais(drogas, aborto,...).
Porque afinal é tudo uma questão de mentalidades. Neste caso francês, eles provam-nos aquilo que nós não temos: avanço sócio-cultural.