18 de novembro de 2009

Manifestação pelo ensino Superior

Ontem, 17 de Novembro, decorreu em Lisboa algo semelhante a uma manifestação mas que muitos apelidaram de marcha. Os estudantes marcharam calmamente pelas ruas de Lisboa (Saída da cidade e chegada ao Ministério da Ciência e Ensino Superior) entoando palavras de ordem contra o ministro, mas tudo feito de uma forma muito pacifica e civilizada (cheguei a ouvir duas "meninas" dirigirem-se a um agente da psp e pedir muito delicadamente para irem à casa de banho).
No final representantes das associações académicas presentes (Coimbra e Lisboa em grande número, mas também com representações da UTAD UM, algumas faculdades do Porto, Évora, Aveiro) reuniram-se com o ministro para aquilo que mais pareceu ter sido uma conversa de salão de chá. O ministro aceitou as reivindicações dos estudantes e disse em palavras que concordava com os alunos.




Comunicado

“MARCHA PELO ENSINO SUPERIOR”

A degradação do Ensino Superior é hoje uma realidade incontornável. Devido a uma política de desinvestimento sucessivo por parte do Governo, as Faculdades sofrem uma crise de financiamento sendo que as propinas dos estudantes servem meramente para despesas de funcionamento, ao contrário do que a Lei prevê. Temos serviços a funcionar a meio gás, cantinas e bibliotecas encerradas para poupar recursos; um parque escolar degradado, não só ao nível do conforto e da higiene, mas constituindo já um perigo real para os estudantes que o utilizam; e um sistema de acção social que não abrange todos os que dele necessitam e que mantém o modelo de atribuição de bolsas por escalões, promovendo a iniquidade.

E é esta a realidade que os estudantes muitas vezes ignoram. A organização das Universidades imposta pelo RJIES resultou num efectivo afastamento dos estudantes da gestão das Faculdades que leva a um igual distanciamento dos seus problemas. Os estudantes estão a ser transformados em meros utentes, retirando-lhes o papel de elemento essencial no funcionamento das Universidades.

A crise de representatividade que assola o nosso país tem que ser combatida e para isso é necessário que todos tomem consciência, primeiro do modo de funcionamento das instituições em que estão inseridos e, segundo, dos problemas específicos que as afectam. Cabe aos estudantes do Ensino Superior especial responsabilidade, na medida em que sempre foi nas Universidades que se pensou o futuro. Não mais podemos continuar inertes e amorfos como até agora.

Optámos nos últimos anos por soluções de diálogo sem que houvesse a mínima abertura por parte do Ministério, está na hora de fazer mais. A manutenção de Mariano Gago como titular da pasta do Ensino Superior é uma afronta para todos nós que temos mantido as iniciativas políticas dentro das Universidades. O programa de Governo não acarreta qualquer esperança ao quase ignorar os principais problemas da Universidade Pública. Está na hora de fazermos mais e de mostrarmos que discordamos com esta forma unilateral de impor políticas educativas.

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