7 de dezembro de 2009

Censor Situacionista (B Fachada)

O que se passou foi o seguinte:
Conhecia de nome, conhecia o fenómeno e a própria editora, sabia que era um cantautor, mas de facto era ignóbil no sentido prático da vivência humana - não conhecia o "seu som". Pois bem, como eu continuo a gostar de kinder's supresas musicais, resolvi ir ver o homem no mui nobre pequeno auditório do Teatro de Vila Real e fiquei deveras satisfeito. Vi ali um"melting pot" de Variações, Zeca, um timbre vocal a roçar um Antony mas sem os Johnsons e o seu aparato lírico-estético, porque este rapaz é dos antigos, mais pragmático e por isso sozinho com um piano, guitarra clássica (com tendência para uma desafinação prematura) e viola braguesa.
Segue a tradição trovadoresca onde a temática central (cantigas de amor) partilha o universo da política social envolvente (música de intervenção), e por sua vez paredes mistas com a ironia bem fininha do imaginário português (cantigas de escárnio e mal dizer?).
Pois é, a música como veículo sentimental ou simplesmente uma forma de comunicação.
Deve ser este o prisma existencial de/do B Fachada.

Teatro de Vila Real, 5 de Dezembro de 2009


ps: Censor Situacionista é uma rubrica que anota para sempre o aparato cultural do meu meio envolvente.

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