É difícil explicar, mas está à vista a miséria. É um bocado como o Benfica. Independentemente dos jogadores e treinadores, não tem plano, objectivos. A bola é redonda e a educação também devia ser. Se o professor é bom, ponto final. Se não é, não é. O Sporting também tem o Purovic. E nos todos vimos 100.000 professores purovics na dita marcha da indignação. Estão descontentes os professores, dizem. Mas não é pelo insucesso que os alunos revelam. É pelo medo de serem avaliados. O medo. O atributo mais mal amado dos portugueses, mas sem ele não conseguem viver. Os professores tornam-se assim criaturas que passam a vida a avaliar, mas têm medo de ser avaliados. Por mais manifestações e desacordos que os docentes revelam, mais facadas nos próprios executam. Por mais que a ministra tenha más decisões, são os professores que pegam nos alunos ao colo para irem gritar alto. O que está mal para eles no fundo é ensinar, o resto é relativo, pois quando ensinam os professores de história que o que se passa hoje é uma ditadura parecida àquela com rosas que aparece no livro de história, algo não vai bem. Esquecem-se que se nessa altura se manifestassem levavam com uma bala nos queixos.
Assim sendo o mal na Educação está nos professores. Mas não há motivos para grandes alarmes... Se a política não funciona, o mal está nos políticos. Se a saúde não funciona, o mal está nos médicos. Se as terras não prosperam, o mal está nos agricultores. Se a justiça não funciona, o mal está no juízes.
Se a sociedade não funciona, o mal está na democracia ou na República Portuguesa, como quiserem.
O que interessa é que isto é um ciclo vicioso. A Educação é uma das arestas desse ciclo. Eu quero é dar aulas ao pé de casa, no quentinho, baixinho, fazer umas pantominas nas festas de fim de ano para mostrar aos pais que bom professor sou. Se os alunos aprendem realmente? Isso é acessório. O que interessa é a fachada. É atirar foguetes para o ar. É implentar o medo. É mostrar aquilo que não sou, não quero ser, não tenho paciência para ser e quase me obrigam. É para isto que tivemos uma revolução?
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