Eu gosto do Natal, mas não gosto de compras. Sonhos só no prato, porque a realidade é nova q.b.. As multidões parecem estúpidas à procura dos presentes. Como tudo na vida dependesse de um par de meias. O tempo é rigoroso, seco e incrivelmente eficaz. Ao contrário das pessoas limpa tudo. O chocolate quente à lareira é singelo, tanto mais que ouço o ranger de novos ventos a anunciar mudanças. Mas mudamos o quê? Não sei. Talvez vista uma fatiota vermelha para a ceia de Natal, embora o cliché do Pai Natal esteja deveras batido. A família vai estar reunida e eu que os ature, porque a quadra natalícia é como uma rima emparelhada, muito bem enfeitada e com musgo no presépio. Neste doce cenário damos um salto digital no tempo (07-08) e com sorte temos um Ano Novo. Vidas velhas estão a caminho, nos trenós com a rena Rodolfo a comanda-lo. E entretanto cegam as criancinhas com a promessa de novos horizontes. Playmobil e Legos nem vê-los. No fundo as criancinhas somos nós, mas com orgulho. Somos alunos a dar aulas a professores. E somos professores a receber lições de alunos. Ou seja, o Pai Natal morreu. Ainda assim, em respeito das tradições cristãs e populares é um ideal imaginário a preservar. Mas gordo não porque afecta as crianças pançudas, magro também não porque descrimina os trinca espinhas, e sem cérebro também não porque iria agradar aos lunáticos. E como o pai Natal já não consegue levantar voo no trenó também não aterra em Alcochete Jamais.
O âmbito natalício é assim tão fértil como estúpido? Tradicional como inovador? Adepto dos bons costumes ou javardo-festivo? Gosto do Natal Ponto Final Mas não desejo um bom a toda a gente porque sou preguiçoso, não é por mal.
"Somos todos seres humanos não é?"
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